quarta-feira, 10 de março de 2010

baton hardcore



Custa-me ser um baton. Não gosto, estou farto. As expectativas que depositam sobre mim são absurdas. Nunca a grande mão me puxa quando está tudo bem no mundo da luz. Não. É sempre para subir um patamar.

Ser um baton é hardcore. Só quando tudo falha é que sou chamado a intervir. Sou o "comando do saco". Normalmente à noite, vou lá acima faço o que tenho a fazer e desço rapidamente. É solitário. O gabarola do tabaco não me fala, o telemóvel passa a vida a tremer. Raramente vejo a luz do dia. É duro.

Chamam-nos “Os pintores”. A mim ao rímel e ao gloss - Esses bananas com quem partilho o fundo do saco. Por um lado é bom ser o bad-boy do saco, dá-me jeito. Ninguém me chateia. Estou-me a cagar para o porta-chaves sempre a tagarelar e a fazer piadas impróprias. Típico de quem tem de esconder a vida triste que leva a chiar em fechaduras e riscar os Mercedes dos gajos que “dividem a conta”.

Mas já não se mete muito comigo. Dei a dica à chave do correio e as outras aprenderam. É patética e não serve para nada desde que a grande mão trata de tudo no BES NET. Ferrugenta.
Ser um baton é hardcore.

Menos o do cieiro. Esse é maricas.

DIOGO BATÁGUAS

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